Sobre o Projeto

O Programa Interinstitucional de Bolsas de Iniciação à docência (PIBID) é um programa do MEC, fomentado pela CAPES para o aperfeiçoamento e a valorização da formação de professores para a educação básica. Na UFPel, desde 2010, o curso de Teatro está participando, juntamente com os demais cursos de licenciatura. Atualmente somos um grupo de 12 alun@s do curso de Teatro - Licenciatura da UFPel, bolsistas do PIBID - CAPES/MEC. Desenvolvemos ações específicas da área de teatro e projetos educacionais interdisciplinares, no momento, atuando em quatro escolas públicas parceiras do programa, em Pelotas/RS, orientados pelas professoras/es supervisoras/es das escolas e pelos coordenadores de área.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Relatório Porto Alegre Em Cena

A 18º edição do Porto Alegre em Cena se realizou entre 6 a 27 de setembro de 2011, foram inúmeros os espetáculos que desembarcaram na capital gaúcha, a cada ano o festival ganha mais força e credibilidade, traz artistas de muito renome do teatro mundial. E esse ano não foi diferente, conseguiu reunir em um mesmo final de semana encenadores como Bob Wilson e Peter Brook e também uma montagem de Medeia com uma roupagem inovadora.
O PIBID Teatro da UFPel resolveu levar os seus bolsistas nesse mesmo final de semana para o festival em Porto Alegre, visto a importância desses encenadores para o teatro e também para a recepção teatral, pois ser espectador também é uma forma de aprendizado.
Sexta-feira dia 23 de setembro fomos ao teatro Bourbon Country para assistir a montagem dirigida por Peter Brook “A Flauta Mágica”, ópera de Mozart. De uma eficácia cênica comovente, o espetáculo explicita o método de encenação de Brook, um dos maiores encenadores da história do teatro, buscando a simplicidade absoluta de efeitos, reduzindo a duração do espetáculo de quatro horas para uma hora e meia, sem que se perca nenhum dos aspectos fundamentais da obra. Por ser um musical não gostei muito, queria ver mais atores em cena e não cantores, logicamente que foi um espetáculo diferente para mim, talvez por isso não curti, não estou acostumado a assistir ópera, mas como um artista educador tenho que estar sempre aberto ao novo, então achei de suma importância ter visto a “Flauta Mágica”.
Sábado dia 24 de setembro à tarde fomos ao parque Farroupilha assistir a mais um espetáculo o “I- Mundo” do grupo porto alegrense “Mototóti”. O atores Carlos Alexandre e Fernand Beppler interpretam Abs e Obs, dois seres de outro mundo, que chegam em cortejo, com figurino e maquiagem exóticos e estranhos, provocando curiosidade nas pessoas. Eles vivem em um planeta chamando I-mundo. A peça é muito boa, os atores são ótimos, tem um domínio da platéia, por ser teatro de rua os atores tem que saber prender a atenção do público e os dois souberam fazer com excelência. Figurinos e maquiagens também foram marcantes na encenação. O grupo está fazendo quatro anos de existência nesse ano e ao final do espetáculo compartilharam alguns docinhos com o público presente e todos cantaram parabéns.
Também fomos ver a exposição dos 50 anos do dramaturgo gaúcho Ivo Bender que ocorreu no Centro Cultural CEEE Érico Veríssimo. Autor de peças que marcaram a história do teatro feito em Porto Alegre, no Brasil e no Exterior como “Sexta-feira das paixões”, “Queridíssimo canalha”, “Quem roubou meu Anabela?” e outras. Foi muito bom ter conhecido um pouco da obra desse grande autor.
A noite foi à vez de irmos ao Teatro Renascença conferir a montagem de Medeia. A célebre tragédia de Eurípedes conta a história da mulher traída por Jasão que, para se vingar do homem que a desonrou, mata os dois filhos do casal. A curiosidade vem da roupagem étnica da encenação, com um elenco de atores africanos, embalados em canções tribalistas e oferecendo um espetáculo de rara força cênica e encantamento. Saí do teatro encantado como aquela encenação maravilhosa, atores excelentes, brilhantes, o cenário e figurinos muitos simples, porém a atuação dos atores não deixaram a desejar em nenhum instante. O continente africano estava presente em toda a montagem, penso que talvez fosse o que mais chamou a atenção da peça, pois já ocorreram várias montagens dessa tragédia e o que inovou foi justamente ter trago para a cena elementos da cultura africana.
Domingo dia 25 de setembro, à tarde fomos prestigiar a 8º Bienal do Mercosul que aconteceu no Santander Cultural. A oitava edição tem como tema “Ensaios de Geopoética”, trata da territorialidade e sua redefinição crítica a partir de uma perspectiva artística. Os artistas por meio das obras discutem noções de país, nação, identidade, território, mapeamento e fronteira sob os aspectos geográficos, políticos e culturais.
A finalização dos estudos aconteceu no Teatro São Pedro onde assistimos o artista mais aguardado da 18º edição do Porto Alegre em Cena, Bob Wilson, atuando e dirigindo o monólogo “A Última Gravação De Krapp”. O texto é de Samuel Beckett. Um espetáculo belíssimo, com atuação magistral e iluminação incrível. Não é por acaso que Bob Wilson é considerado um dos melhores encenadores da atualidade, além de excelente diretor é perfeito como ator, tem um domínio técnico que impressiona e sem dúvida o grande feito das suas montagens é a iluminação.
Posso dizer que só por ter visto o Bob Wilson já valeu e muito ter ido ao Porto Alegre em Cena e com certeza acrescentará para a minha formação, tanto acadêmica quanto artística.

Maicon Barbosa

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