Na última semana do mês de
agosto o ciclo de palestras do PIBIB recebeu a Professora Nara Kaisermann da
UNIRIO na FAE (Faculdade de Educação) da UFPEL.
Os ouvintes, alunos dos
cursos de dança e de teatro licenciatura, pibidianos, professores da rede de
educação de Pelotas, coordenadores de áreas tiveram a oportunidade de refletir
as teorias dos grandes mestres da história mundial do teatro e a prática corporal
do ator no cotidiano. O teatro possível, parte da integração da teoria e
prática. Cônscio do teatro, sua trajetória mundial cremos na sua prática
integral artística.
Na introdução questionou o
limite da pele. Como afetar o espectador além do belo? Assim, fez links entre a
biomecânica de Meyerhold, as teorias do corpo sem órgãos de Artaud, mimo
corporal de Ètienne Decroux e filosofia com José Gil, para fazer o que chama de
uma espécie de “auto-ajuda para atores”. Isto é, práticas efetivas no cotidiano
do ator. Da ativação da energia interna que se toma pelo espaço. O fazer arte,
se permitir voar consciente, isto é, o trabalho da imagem (ator na cena).
Dessa forma, enfatizou que o
teatro é arte do ator, para o teatro acontecer o ator potencializa sua energia
corporal atraindo o espectador, implicando no seu estado corporal. A grande
referência para ela é a Biomecânica de Meyerhold. Defende que Brecht também é
influenciado por suas práticas. Meyerhold foi que trabalhou a potência corporal
do ator ativada que altera a potencia corporal do espectador a partir do
principio pensamento–ação “não há palavras então faço. Dessa forma, transforma
o espectador passivo em agente ativo. Sendo assim, a consciência do movimento
traz o estado da atenção. O corpo determina qual emoção o espectador vai
associar a este ou aquele movimento criado pelo ator. A noção de pernas com
molas. A projeção do corpo para o movimento fantástico.
Como exemplo trouxe o DVD da
peça “Cão que morre não ladra” da CIA Chapitô de Portugal. A peça direcionada
para o público em geral trata da morte de forma inteligente criativa. O cenário
simples traz o foco para a movimentação dos atores que se transformam em corpos
marionetes num jogo ilusório de um ator manipulando o corpo do outro.
Assim que, a palestra fez-se um momento estimulante.
Serviu para assumirmos nossa identidade atores e atrizes no contexto que
vivenciamos e no contexto planetário. O teatro é do ator. Faz-se possível a
partir da prática e também sobre raízes que devemos cavoucar diariamente,
irrigar, tratar para que sempre semeie.
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