Plano de Oficina
1) Caracterização da oficina:
Oficineiros: Allan Leite e Tainara Urrutia.
Público Alvo: Pibidianos da Escola Santa Rita
Idade: Jovens e Adultos
Datas: 04\06
Horário: 08h30min às 10h30min
Carga horária: 14h
Número de Participantes: 20 – 25 participantes
2) Objetivo Geral:
Possibilitar a criação de um espaço de sensibilização, expressão e conhecimento das possibilidades cênicas do corpo. As atividades servirão de fomento, inspiração e possibilidade de ampliação da gama de conhecimentos práticos para o cotidiano dos Pibidianos. Também objetiva-se o fortalecimento da interação entre o grupo de pibidianos por meio de atividades lúdicas, bem como apresentação de elementos básicos da linguagem teatral para o grupo de estudantes das áreas de conhecimento distintas abrangidas pelo PIBID-Humanidades UFPel.
3) Objetivos Específicos:
Conhecer elementos básicos da linguagem teatral;
Realizar jogos de improvisação em teatro;
Ampliar a potencialidade expressiva corporal e vocal dos participantes;
Libertar o corpo de tensões e tornar os gestos mais espontâneos e naturais;
Usar a imaginação e criar por meio da improvisação de cenas teatrais.
4) Conteúdos:
Expressão Corporal: consciência corporal, relaxamento e desbloqueio de tensões físicas, alongamento e aquecimento corporal; Expressão Vocal: respiração, projeção de voz e ressonadores, dicção e articulação; Improvisação Teatral: atenção, desinibição, foco, estado de jogo e criação de cenas.
5) Atividades:
Jogo dos nomes: (15 min)
Em um círculo um voluntário irá começar o jogo dizendo seu nome, uma palavra que resuma “o que é educação” e ao mesmo tempo fazer um movimento, em seguida todos juntos da roda fazem o mesmo movimento repetindo o que foi dito. A segunda etapa, um voluntário diz a mesma palavra e faz um movimento, o participante ao lado terá que repetir o que ouviu e fazer o mesmo movimento, o próximo irá repetir o que o primeiro e o segundo fizeram e falaram e realizar o seu próprio movimento e falar sua palavra e assim sucessivamente, até chegar ao primeiro que desenvolveu o exercício.
Objetivo específico: Estimular a memória, a atenção e a concentração.
Jogo da bolinha: (15 min)
Em círculo um dos jogadores atira a bolinha para outro olhando nos olhos e diz 1, o que recebeu a bolinha irá jogar para outro jogador dizendo 1,2, o próximo que receber irá dizer 2,3, e assim sucessivamente, sempre repetindo o último número e dizendo o próximo. A meta será até 100.
Objetivo específico: Atenção, agilidade e concentração.
Jogo da confiança: (20 min)
Os alunos ficam em um dos cantos da sala e um voluntário se coloca ao oposto de seus colegas e com os olhos fechados irá caminhar até seus companheiros, que estarão em prontidão para que o colega que está de olhos fechados não se machuque.
Objetivo específico: Confiança no outro.
Eu Te Amo: (20 min)
Em um círculo um voluntário irá chegar em um colega e dizer “Eu te amo”, este escolhido irá repetir a frase “Eu te amo” e fazer um movimento, o que falou primeiro irá responder “Por que tu me amas” repetindo o mesmo movimento, neste momento o que foi escolhido irá responder por exemplo: porque tu estás de branco, e todos que estiverem de branco irão trocar de lugar. O participante que ficar sem lugar será o próximo a jogar.
Objetivo específico: Atenção, concentração, agilidade e relação com o outro.
O meu espaço e outro: (10min)
Formam-se duplas e cada uma se separa de modo que seus integrantes fiquem um de frente para outro. Uma pessoa da dupla caminha em direção a outra olhando nos olhos de seu parceiro, até que este a mande parar. O procedimento se repete com o objetivo de se aproximar cada vez mais.
Objetivo específico: Respeito do espaço do outro e relação de contato visual com o outro.
Improvisação em grupo: (30 min)
Determina-se uma área de jogo, onde o grupo terá a tarefa de criar a improvisação a partir do tema: ditadura brasileira. Dentro da área de jogo só é permitido quatro pessoas por vez e a atividade só acabará quando todos os integrantes entrarem ao menos uma vez para jogar.
Objetivo específico: Concentração, relação de grupo e agilidade de raciocínio.
Memorial descritivo: (10 min)
Momento em que os participantes irão escrever suas impressões sobre a aula e escrever “O que é teatro” para eles.
6) Recursos:
Bolinha e memorial descritivo.
7) Observações após a aula:
Bolsista PIBID – Teatro/UFPel -Tainara U. de Freitas
No dia 04 de junho de 2013, aconteceu a primeira oficina ministrada pelos pibidianos do curso de Teatro para os colegas de Ciências Sociais, Educação Física, Filosofia, História e Letras. Esta, contou com atividades teatrais, como jogos de atenção, concentração, interação e sensibilização do grupo.
Se faz necessário ressaltar, que grande parte do grupo nunca teve contato com a prática teatral, sendo assim, a experiência vivenciada no momento estava sendo uma grande novidade. Pude observar, que os exercícios propostos mesmo sendo relativamente simples, acabaram atingindo a individualidade de cada integrante, ou seja, a reação de rejeição foi grande ao olhar o colega nos olhos e dizer “Eu te amo” ou ao de se abraçarem, dessa forma, é notável a dificuldade que estas pessoas apresentam de se olharem e de se tocarem.
Com base no que foi relatado, acredito que a grande barreira, por sinal muito comum entre os seres humanos é o toque e olhar. Como um colega disse durante a oficina: “Não é da minha conduta!”, ou seja, não é algo comum durante o cotidiano do mesmo abraçar ou olhar o outro fundo nos olhos, menos ainda dizer “Eu te amo” para alguém que não se tem uma intimidade.
Entre os vários objetivos que uma oficina de Teatro apresenta, para mim, o primordial, além de proporcionar o contato com o universo teatral, é despertar, explorar a sensibilização do ser. Dessa maneira, permitindo uma interação entre todos os envolvidos, conquistando assim, um trabalho produtivo e satisfatório.
Barreiras como: timidez, dificuldade de se aproximar do outro, de perceber o outro, de entrega nos exercícios, foram ressaltadas nos memoriais descritivos, assim como, o desejo de um maior contato com as pessoas, de se conquistar uma forte união entre o grupo e de sensibilização também se fez presente nos mesmos.
Com base nestes argumentos, é importante frisar, que tais dificuldades e desejos são de suma importância para o desenvolvimento de uma carreira docente. Não é por menos que o público alvo desta oficina trata-se de alunos de licenciatura e que estão bolsistas de um programa de iniciação à docência, no qual apresenta como objetivos instrumentalizar a escola com novos procedimentos metodológicos, proporcionando com o auxílio financeiro a possibilidade dos pibidianos vivenciarem a realidade da prática docente.
Acresce a isso, que um educador deve apresentar a qualidade de liderança, instigar a união do grupo, desenvolver a sensibilização nos seus ‘alunos’, procurar ser o menos tímido possível, pois o desenvolvimento de maneira clara e entendível dos conteúdos a serem trabalhados depende de si próprio, deve apresentar também uma postura corporal que demonstre presença e uma voz projetada de maneira clara para que ele possa ser ouvido por todos.
Contudo, por mais que soe como sugestões de auto-ajuda, não é de maneira alguma a minha intenção, e sim, expor a importância que apresentam as atividades que foram desenvolvidas nesta e que serão desenvolvidas em futuras oficinas no qual o público alvo é o professor-educador. Também é de suma importância ressaltar que não quero colocar o Ensino de Teatro como uma ferramenta, mas sim, como um agente multiplicador de conhecimento que possibilita através de jogos, de seus conteúdos, especificidades e de uma metodologia mais descontraída, contribuições de maneira para um futuro educador.
Em suma, o trabalho desenvolvido foi positivo, tendo em vista que foi a primeira oficina. O que ressalto como uma considerável fragilidade foi o exercício de improvisação, mesmo sendo uma atividade em grupo foi a minoria que dela participou. Talvez pelo fato da maioria não ter se agradado do tema ou por não terem achado a área de jogo tão favorável para que pudessem fazer parte de maneira ativa da improvisação. Enfim, o verdadeiro motivo não sei dizer, mas com certeza meu colega Allan e Eu iremos propor nas futuras oficinas, inúmeras possibilidades durante um exercício de improvisação, explorando assim, diferentes áreas de jogo.
Bolsista PIBID – Teatro/UFPel – Allan Leite
A oficina realizada com o grupo de Pibidianos teve seus momentos de interação entre o grupo, proporcionando que um coletivo de pessoas com interesses em comum (a pesquisa docente e a docência) se conhecessem um pouco mais, para além das ideias e mais nas ações e comportamentos cotidianos.
Com os jogos realizados foi possível perceber coisas mais sutis, como por exemplo, a dificuldade de uns em dizerem aos colegas que os amam. Ou a falta de maturidade do grupo em lidar com essas palavras quando são ditas de um homem para uma mulher, ou vice-versa, pois sempre que isso acontecia, apareciam as piadas e insinuações, por parte do grupo, de desejo sexual real entre os dois. Apesar de considerar que não seja uma frase tão inocente assim e que contextualizada no cotidiano da nossa sociedade, trás consigo valores e sentimentos muito fortes e particulares, essa dificuldade ainda assim poderia ser menor caso o grupo fosse mais integrado ou menos fechado a expressão de seus sentimentos.
Também percebi corpos duros, formatados, com dificuldades de sair de seus padrões de movimentos. Muitos movimentos de braços e pernas, sempre pelos mesmos vetores horizontais e verticais, pouco uso das articulações, cabeças, quadris, e pouca disposição para sair da posição vertical que usamos para caminhar. A partir daqui começo a achar que a oficina não alcançou tudo o que poderia.
A oficina não alcançou satisfatoriamente seus objetivos para além da interação de grupo, devido a motivos diversos - como o pouco planejamento ou a pouca analise durante os jogos e a consequente mudança de foco que deveria acontecer em casos de percepção negativa – objetivos específicos da área teatral, como a expressão corporal, a improvisação ou expressão vocal não foram suficientemente tocados. A expressão corporal, através dos jogos, não mostrou muitas possibilidades para os participantes, nem os incentivou a testar por si novas possibilidades; a Improvisação foi um jogo particularmente difícil, que não fosse a intervenção constante dos dois oficineiros, não teria acontecido para além de gritos e pancadarias (O tema usado, Ditadura Militar, e o não preparo da atividade antes do jogo, propiciou esse acontecimento) e a percepção dos participantes sobre possibilidades corporais seguiu a mesma do inicio da oficina. A expressão vocal, eu não considero que tenha sido trabalhada em momento algum e por isso mesmo ineficiente, pois falar todos falam, mas perceber como se dá esse falar em seus corpos, isso não ocorreu. Até mesmo objetivos menores como a concentração não foram satisfatoriamente alcançados, já que em momento algum pude perceber um grupo concentrado e o estado de atenção não foi alcançado em nenhum dos jogos que se propunham a isto.
Como a oficina era sobre a pratica teatral e não apenas uma dinâmica empresarial sobre entrosamento de grupo, considero que ela foi parcialmente satisfatória, contemplando apenas os objetivos que visavam o prazer-sensível e uma interação de grupo que pode ser alcançada de diversas formas, e deixando a desejar quando se pensa no contato com os elementos do teatro como forma de conhecimento e arte elaborada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário