Sobre o Projeto

O Programa Interinstitucional de Bolsas de Iniciação à docência (PIBID) é um programa do MEC, fomentado pela CAPES para o aperfeiçoamento e a valorização da formação de professores para a educação básica. Na UFPel, desde 2010, o curso de Teatro está participando, juntamente com os demais cursos de licenciatura. Atualmente somos um grupo de 12 alun@s do curso de Teatro - Licenciatura da UFPel, bolsistas do PIBID - CAPES/MEC. Desenvolvemos ações específicas da área de teatro e projetos educacionais interdisciplinares, no momento, atuando em quatro escolas públicas parceiras do programa, em Pelotas/RS, orientados pelas professoras/es supervisoras/es das escolas e pelos coordenadores de área.
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terça-feira, 25 de outubro de 2011

CICLO DE PALESTRAS PIBID


Quarta-feira 28 de setembro de 2011



Nesta data tivemos no Auditório do CEARTE a segunda palestra intitulada: “Teatro do Oprimido: considerações sobre um Boal “teatro-pedagogo”, que faz parte da programação do ciclo. A Professora/doutora Silvia Balestreri Nunes que palestrou é atualmente coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da UFRGS, possui graduação nos cursos Bacharelado em Psicologia e Formação de Psicólogo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Silvia trabalha com o
teatro do oprimido em disciplina, pesquisa e estágio. Participou do Plano Piloto da Fábrica de Teatro Popular e da primeira formação do CTO-Rio.

Silvia introduziu sua fala esboçando algumas atividades da sua trajetória com o Teatro do Oprimido e características desta trajetória que vem desde 1985 como atriz e curinga no CTO-Rio.

Logo ela sugeriu que nos separássemos em grupos, e que alguns com alguma experiência em TO ficassem com outros que não tinham e se formasse grupos com intuito de levantar dúvidas baseadas em duas perguntas: 1. O que sabem do TO e dos termos Curinga? 2. O que gostaríamos de conversar naquele momento?

Os grupos foram divididos e logo formaram novos grupos, e assim sucessivamente iríamos passando o que escutávamos no grupo anterior, ou seja, montamos grupos de fofocas (como ela mesma intitulou) para disseminar ali informações e dúvidas sobre esta prática do Teatro do Oprimido.

Surgiram muitas informações e também dúvidas, passadas de grupo a grupo onde reunimos todas no final para debatermos, as principais foram:

- Se é visto algum tipo de transformação para quem já trabalha com o TO?

- A diferença do Teatro Invisível para um teatro de pesquisa sem base, ou seja, quando existe e como distinguimos a ética nesta modalidade?

- Quais as diferenças entre a teoria e a prática no Teatro Fórum?

Baseados então nestas questões, o grupo começou a debater coletivamente trocando experiências com informações.

Silvia informa que existem três ou quatro questões para se ter um bom Fórum e que elas cabem praticamente ao curinga, pois é ele quem tem que conduzir com qualidade e muita sensibilidade o trabalho, ele tratará e desenvolverá o tema e os problemas de opressão apresentados por cada um. Segunda questão é o que se quer? Logo ele pergunta: o que atrapalha vocês de conseguirem e quais são as saídas que serão colocadas para o tema levantado.  É importante que o curinga entenda essas saídas, mas também questione aonde se quer chegar. A função é deixar de ser necessário, orientar para o caminho da autonomia.


Também se falou da dificuldade e algumas práticas em trabalhar com o TO envolvendo crianças que já sofreram maus tratos e/ou violência sexual. Silvia indicou o autor Hélio Júnior da Rocha de Lima com o livro Pedagogia de um Teatro Popular, disponível em http://www.cedecacasarenascer.org/Publicacoes/Livros/pedagogiadoteatropopular.pdf.



Para encerrar Silvia faz um convite para o evento que acontecerá no dia 16 de outubro, no Teatro de Arena de Porto Alegre, uma homenagem aos 80 anos de Augusto Boal. A primeira atividade do evento começa na parte da tarde e será um encontro de curingas, praticantes do Teatro do Oprimido e demais interessados. Depois a Tribo de Atuadores Oi Nóis Aqui Traveiz dedicará a Augusto Boal a apresentação do espetáculo de rua O Amargo Santo da Purificação no Parque Farroupilha, voltando para o teatro de Arena terá Boal-e-Nós, boais-em-nós: apresentações artísticas, depoimentos e comentários afetivos sobre o legado de Augusto Boal.

Nesta última atividade terá a apresentação da colega Pibidiana Lucia Berndt homenageando A. Boal com uma cena curta e adaptada da peça “Arena Conta Zumbi” chamada “Mão Livre”.



Lucia Berndt

domingo, 23 de outubro de 2011

18º Porto Alegre em Cena


Festival Internacional de Artes Cênicas 2011
De 06 a 27 de Setembro

Sexta-Feira, manhã do dia 23 de setembro, programação: viajar para a capital do RS, Porto Alegre, para assistir obrigatoriamente a três espetáculos internacionais dentro da programação do Porto Alegre em cena, mais alguns espetáculos que se conseguir e de quebra, apreciar a 8ª Bienal do Mercosul.

Quem lê o termo “obrigatoriedade” pode até pensar que foi um sacrifício ter feito esta atividade programada pelo grupo de coordenadoras do Pibid Teatro da UFPel. Pois é... Mas não foi!

Na lista destes espetáculos, sem brincadeira, estão nada mais, nada menos que Peter Brook e Bob Wilson. Quase inacreditável, mas tive que ir a Porto Alegre, obrigada e ainda assistir consagrados e renomados nomes da encenação teatral contemporânea. Fala sério!
Paradas obrigatórias desta “sacrificante” tarefa:

Dia 23, sexta: UNE FLÛTE ENCHANTÉE – FRANÇA no Teatro do Bourbon Country

“A Flauta Mágica” é a encenação de Peter Brook para a célebre ópera de Mozart. Brook, um dos maiores encenadores da história do teatro, hoje com 86 anos, mostra no Brasil sua atual fase, onde optou trocar o glamour dos seus grandiosos espetáculos por pouquíssimos recursos cênicos, mostrando na atuação dos jovens atores, energia e emoção.

Para quem teve esta oportunidade de assisti-lo e não sabe da sua trajetória, jamais acreditaria que um dia ele resistiu às mudanças, trabalhando tradicionalmente e com formalidades.

Mas, mesmo com toda essa mudança, neste espetáculo ainda se percebe que usa os princípios que aprendeu ainda quando criança com sua professora de piano, o que determina todas as artes é estar ereto, alerta, humilde e sempre relaxado para a energia fluir.

Instintivo, Brook acha que o teatro é um encontro entre o poder de imitação com o de transformação chamado imaginação, que, sem efeito se não sair da mente para o corpo e foi o que vi no cenário, figurino e atuação de “Une Flüte Enchantée”, a imaginação fluindo.

Dia 24, sábado: MÉDÉE – FRANÇA/ ÁFRICA DO SUL no Teatro Renascença

Inspirado no texto do francês, poeta, escritor e dramaturgo Max Rouquette, o diretor Jean-Louis Martinelli monta em 2003 Medée, esta inspirada na “Medéia” de Eurípedes.

Originalmente escrita em um dialeto do sul da França, estréia em turnê pela África, o continente mais pobre do mundo. Mostrando suas realidades cotidianas, o espetáculo mostra Medéia, com uma célebre atuação da atriz, esperando Jasão em um acampamento para refugiados. Com todos os atores, a encenação e os elementos dos espetáculos africanos, vi uma Medéia nunca vista antes, mas confesso ter tido uma expectativa bem grande em torno da atmosfera pertencente ao espetáculo, justamente por se tratar de elementos Africanos, o que na minha humilde opinião não ocorreu. Desculpem os entendidos, pois tive impressões de algumas atuações não muito convincentes. Mesmo com minhas expectativas frustradas, sei que o que vale é a experiência e o novo, pois ele inspira e nos dá a chance de pensar e ter novas ideias.


Dia 25, domingo: KRAPPS LAST TAPE – no maravilhoso Theatro São Pedro

Em passagem exclusiva pelo Brasil, aquele que é hoje considerado e que para mim ficou visivelmente claro, o maior encenador teatral da atualidade. Com uma vasta experiência não é por nada que é conhecido como multiartista. Sonoplasta, performático, ator diretor, iluminador e encenador de grandes palcos artísticos, tanto de peças teatrais como de shows musicais. Alguns de seus trabalhos, como os vídeos portraits (vídeos-retratos) ele não interpreta, transfere esta tarefa para os outros. Acha que fixar um significado a um trabalho como este limita sua poesia e a possibilidade de outras idéias.

Robert Wilson dirigindo e atuando um excepcional monólogo de Samuel Beckett, onde o ator mantém um diálogo, uma conversação com a sua própria voz gravada há muito anos, faz uma performer de tirar o fôlego, pois a cada cena uma nova tensão e muita atenção, não me mecho, não posso perder nada, ironia, pois o espetáculo é todo feito num jogo lento de ações físicas, combinando estritamente os detalhes: movimento com  som, fala com poesia. Todo este contexto teatral me fez mergulhar do início ao fim e cada vez mais no espetáculo, não deixando e nem querendo deixar nada passar, foram 40 minutos de peça, uma revisão de quatro anos de curso.

Entre um “sacrifício e outro”, mais duas peças teatrais, estas em locais abertos no Parque da Redenção: Sua Incelença Ricardo III, contando a história de Willian Shakespeare de forma simplesmente engraçada e talentosa, conectando a Inglaterra ao Nordeste Brasileiro, através do rock inglês com o gênero musical nordestino, marcando o encontro dos talentos do grupo Clowns de Shakespeare com o encenador mineiro Gabriel Villela. O outro espetáculo que assisti chama-se I-Mundo, do grupo Porto Alegrense Mototóti, onde dois artistas mostram e fazem os espectadores refletirem de forma divertida sobre os rumos para onde nosso mundo caminha, e nosso papel dentro dessa movimentação.

Apesar de alguns pequenos imprevistos, como esquecer meu ingresso em casa, me atrasar, por estar assistindo a outro espetáculo, e assim chegar quando todos os lugares (não numerados e centrais) já estão ocupados e ter de sentar aonde enxergo apenas a metade das legendas. Apesar destes pequenos detalhes, (diante da grandeza da atividade) só tenho uma coisa a dizer: Esta foi a melhor experiência obrigatória que já tive, nem violenta nem agressiva, e assim vou levá-la para sempre, pois foi maravilhosa e inesquecível.

Obrigada coordenadoras do PIBID por esta obrigação necessária para minha formação.
Lucia Berndt

domingo, 18 de setembro de 2011

Reativação do Grupo de Teatro do Colégio DOM JOÃO BRAGA

Iniciaram no último sábado, às 9h30min no Colégio Dom João Braga, as atividades de reativação do grupo de teatro da escola. O trabalho faz parte das ações de área do PIBID Teatro, que agora, em caráter de continuidade, retoma as oficinas iniciadas no primeiro semestre do ano.
Agora, a proposta é unir as duas turmas formadas no início do projeto, oferecendo aos participantes subsídios para que os mesmos possam assumir as atividades do grupo quando os Pibidianos bolsistas do teatro não mais estiverem na escola.
Estiveram presentes no encontro os monitores da oficina e três alunos pertencentes aos dois grupos iniciais, os quais tiveram um ótimo entrosamento em participaram ativamente dos exercícios teatrais. As atividades propostas consistiam em retomar jogos e exercícios aplicados nas oficinas anteriores, dando maior foco às explicações destes, com o intuito de que os alunos da escola pudessem sanar possíveis dúvidas, para posteriormente serem os proponentes das oficinas aos demais colegas.
O projeto acontecerá todos os sábados no Colégio Dom João Braga, e terminará no início de dezembro, quando possivelmente apresentará os resultados à comunidade escolar.

Hélcio Fernandes
Lúcia Berndt
Murilo Furlan

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Oficina de Teatro no Colégio Estadual Dom João Braga

Primeiro semestre de 2011

O turno da tarde continua com o mesmo grupo de alunos do colégio Dom João Braga: Ketlen, Jackson, Melony e Willian. As oficinas também continuam nas segundas-feiras, das 15h às 17h. Estamos com as aulas em dia, seguindo nosso plano inicial traçado.
Fizemos três módulos: Expressão corporal e vocal, improvisação e leitura dramática de textos, para desenvolvermos nos alunos uma possível experiência autônoma de fazer, produzir e assistir teatro.
O andamento inicial é fazê-los vivenciar uma percepção corporal e vocal, desenvolvendo a capacidade de concentração, observação, atenção e imaginação, torná-los centralizados no seu corpo/voz, fazendo assim despertarem para um trabalho concentrado e criativo. Proporcionar um contato inicial com a improvisação teatral e que ao improvisar eles tornem-se mais seguros e confiantes, vencendo características de timidez e vergonha de se expressar em público e também proporcionar um contato com textos de dramaturgia deixando-os preparados com a leitura dramática, assim eles poderão aprimorar sua leitura de textos e também conhecer textos de teatro, tentando deixá-los com uma característica autônoma no que diz respeito ao objetivo do projeto: reativar o grupo de teatro estudantil do Colégio Dom João Braga, “Uó Du Borogodó”.
Infelizmente, na nossa última aula, (ministrada apenas por mim) o aluno Jackson nos deu a triste notícia de que sairá da escola e consecutivamente do grupo.

Nesta aula, fizemos atividades propostas por eles, o jogo da bolinha, onde foram muito rápidos e ativos e o jogo criando com papel, onde foram bem criativos.

Trabalhei um exercício onde foram aquecendo suas expressões, chorando, rindo, tristes, alegres, alternando e variando as possibilidades destas emoções para entramos na leitura dramática (anexo vídeo e fotos).

Remeto-me a esta última aula, porque ela foi o resultado final do trabalho investido neste projeto, da esperança e da vontade que tenho em fazer este plano dar certo. Foi uma aula emocionante e empolgante, nos deixando com vigor e uma vontade de quero mais, vontade tanto minha como dos alunos, exposta na reunião por eles mesmos.
Recebi nesta última aula as alunas do turno da manhã: Pâmela, Caroline, Brenda, Natália, os alunos Leonardo e Giovane e os ministrantes Caroline e Murilo.
Fizemos nossa reunião, avaliação e programação para o próximo semestre, confirmando o objetivo das oficinas e das atividades propostas. Iremos começar todos do mesmo ponto, mas não deixando repetitivo e nem cansativo para os alunos da tarde que já terminaram o plano, mas também não podemos deixar sem toda essa experiência de todos os módulos, os alunos da manhã.
Ficou praticamente acordado entre todos ali presentes (já descritos acima) que, o provável dia para fazermos as aulas e que todos possam estar será aos sábados e para isso conversei com a supervisora Ana Lacau pela possibilidade deste dia e aguardo seu retorno para começarmos novamente as aulas no segundo semestre de 2011 com quatro ministrantes: Lucia, Carolina, Murilo e Hélcio e nove alunos da escola.
Lucia Berndt

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Relatório IV Jornada Latino-Americana



Programação e relatos do evento:


Dia 07 de julho

Inscrições, abertura e palestra com os atores Renato Borgui, um dos fundadores do Teatro Oficina e Élcio Nogueira que apresentam seu projeto Embaixada do Teatro Brasileiro que aconteceu com os próprios rodando por 15 países da América Latina, além de Portugal e Espanha (próximo pretendem que seja o México). Com apoio integral do Ministério da Cultura levam as tradições, cultura e obras do teatro brasileiro, com o objetivo de realizar um intercâmbio por meio de apresentações e oficinas integram não só a língua, mas também a linguagem do nosso teatro.

Élcio Nogueira diz que a experiência de intercâmbio trouxe a certeza de que a troca de conhecimento e cultura pode ser muito rica para todos, fala também que só haverá uma integração de verdade, quando atores começarem a montar obras do Brasil e a gente comece a montar com mais frequência obras originais desses países também.

Eles trouxeram e catalogaram 11000 peças nessa viagem e pretendem, através da FUNARTE, publicar esse material para intercâmbio.

Na parte da tarde, palestra com a professora Julia Elena Sagaseta de Buenos Aires: A cena performática do teatro de Buenos Aires.

A próxima atividade foi a sessão de pôsteres, ao qual apresentei o trabalho O teatro no Pibid – o Pibid no teatro. O pôster mostra um panorama geral das atividades do Pibid II da UFPel desde seu início.

No primeiro encontro das sessões coordenadas, participei do tema Práticas Pedagógicas e Formativas, com a coordenação de Márcia Pompeo e Biange trazendo para a mesa a problematização nos trabalhos ali apresentados e onde surgiram as questões:

- Se o processo artístico é e quando pedagógico?

- Qualquer processo artístico pode ser pedagógico?

- A ligação do ator com o espectador pode ser uma formação pedagógica?

- Quais os momentos que se usa a voz da educação no teatro e do teatro na educação, em que momento está se usando a voz do professor e/ou a voz do diretor?

Márcia Pompeo ressalta: para se dar aula de artes, primeiro temos que nos descobrir artistas, assim teremos mais chances de não impormos uma aula, pois desta forma, é que ela poderá ser considerada não pedagógica.

Na parte da noite, às 19h30min foi exibido o filme “O Rei da Vela”, filme considerado um marco na história do moderno teatro brasileiro e que deu origem ao movimento batizado de Tropicalismo. Filmado entre 1970 e 1971 pelo Teatro Oficina ficou guardado por conta do exílio de Zé Celso que apenas em 1982, já de volta ao Brasil, monta o filme com uma série de imagens captadas nos anos de exílio, com cenas da peça, fragmentos de documentários e uma entrevista inicial com o próprio.

O filme nos remete a uma caótica sociedade brasileira emergindo para uma tentativa de democracia e que reflete até o presente, comprovando que, mesmo com toda sua precariedade, é um trabalho com uma história ainda atual.

Dia 08 de julho

Segundo encontro das sessões coordenadas, participei do tema Práticas Pedagógicas e Formativas, com a coordenação de Narciso Telles.

Não participei do primeiro dia, mas ficou a questão do dia anterior: as metodologias de ensino dão conta dos alunos que têm necessidades especiais e, como repensar a prática para educar se ainda há uma carência de instrumentalizados?

Foram muitas opiniões e uma professora que trabalhou fora do país com uma sala de alunos especiais, sugeriu que não se precisa estar preparada para dar aula para alunos com necessidades especiais, pode ser no escuro, com uma educação não tecnicista, pois foi assim que deu muito certo pra ela, contrapondo esta, surgiu a opinião que o desconhecido nos instiga a estudar mais, conhecer e prepararmo-nos para dar uma aula.

Trabalhar com diferenças, do desviante, o que sai do que estamos acostumados, existe independente de os alunos serem pessoas com necessidades especiais, por isso o desafio não deixa de existir.

Programação Cultural

Na nossa chegada a Blumenau no dia 06, eu e a professora Taís Ferreira, assistimos à peça Volúpia do grupo Cia Carona de Teatro. Colocados em situações limites nos seus relacionamentos, aprisionados por uma sexualidade que não sabem se libertam ou não, os personagens de Volúpia perseguem certezas que não conhecem, através de histórias que se entrelaçam, Volúpia caminha por becos escuros.

A criação do processo surgiu da experimentação física dos atores em treinamentos dirigidos por Pépe Sedrez, diretor da companhia. O texto surge lentamente através do material observado durante os ensaios. A Cia Carona de Teatro tem sede no Teatro Carlos Gomes, foi fundada em 1995 e há 15 anos leva ao público espetáculos que sintetizem o seu processo de trabalho. Esse processo é fundamentado na investigação acerca do trabalho do ator e suas relações dialéticas em grupo.

24º FITUB

Quase paralelo à 24ª Jornada, acontece também o FITUB que se estendia até dia 16 de julho, ao qual podemos assistir a peça de abertura do festival Vida, da Companhia Brasileira de Teatro de Curitiba-PR, no grande auditório do Teatro.

Exilados numa cidade imaginária, dois homens e duas mulheres fazem parte de uma banda que ensaia para uma apresentação comemorativa do jubileu da cidade. Fechados numa sala vazia convivem entre si e revelam comportamentos, relações, conflitos e histórias de suas vidas prosaicas, repletas de humor, sensibilidade e um sentido de transformação. Com um argumento simples, a nova criação da companhia Brasileira de Teatro trás para a cena um longo período de pesquisas sobre a obra do poeta curitibano Paulo Leminski. A peça não é adaptação de uma obra literária, mas sim um texto original escrito a partir da experiência de leitura e de convivência criativa com os textos do autor e suas referências. Autoria e direção de Marcio Abreu, uma peça deliciosa, com mais de uma hora de duração, mas que nos envolve sensivelmente e comicamente não nos deixando perceber que o tempo passou.

Uma peça maravilhosa que para mim valeu o festival, pois não pude permanecer até o final.

O TEATRO NO PIBID - O PIBID NO TEATRO


O curso de Teatro Licenciatura da UFPel, desde o primeiro semestre de 2010, atua com vinte bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID/ CAPES/ MEC) em seis escolas do município de Pelotas, com atividades disciplinares e interdisciplinares. Desta forma, desde então, diversas ações específicas da área de teatro, ações interdisciplinares (em conjunto com as licenciaturas em Pedagogia, História, Letras, Ciências Sociais e Filosofia) e de estudo e/ou preparatórias para atividades foram empreendidas: grupos de estudo, reuniões de orientação e planejamento, participações em seminários e fóruns de arte e educação na cidade de Pelotas e/ou em outras localidades, entre outros. Os acadêmicos bolsistas também levaram os alunos das escolas participantes ao teatro e espetáculos de teatro, dança e música até as escolas, em ações de fomento à recepção artística. Oficina de teatro ofertada pelos pibidianos do teatro aos supervisores, coordenadores e licenciandos bolsistas do PIBID UFPel de todas as áreas, incluindo o PIBID Ciências, com intuito de desenvolver consciência corporal e vocal do docente ou futuro docente, foi uma da ações disciplinares do teatro que promoveu a desejada interdisciplinaridade. Ainda dentre as ações interdisciplinares, além das reuniões para interação de cada grupo por escola, destaca-se a realização de diagnósticos das áreas, panorama das humanidades nas escolas apresentado em seminário a todos os bolsistas pibidianos. No presente estágio, além do desenvolvimento de oficinas de teatro para diversos níveis de ensino (EM, EF [séries inicias e finais], EJA e Magistério) nas escolas e continuidade das ações de recepção teatral, os pibidianos empreendem planejamento e elaboração de projetos interdisciplinares, que serão colocados em prática no segundo semestre de 2011 nas escolas parceiras do PIBID em Pelotas.

Lucia Elaine Carvalho Berndt