Programação e relatos do evento:
Dia 07 de julho
Inscrições, abertura e palestra com os atores Renato Borgui, um dos fundadores do Teatro Oficina e Élcio Nogueira que apresentam seu projeto Embaixada do Teatro Brasileiro que aconteceu com os próprios rodando por 15 países da América Latina, além de Portugal e Espanha (próximo pretendem que seja o México). Com apoio integral do Ministério da Cultura levam as tradições, cultura e obras do teatro brasileiro, com o objetivo de realizar um intercâmbio por meio de apresentações e oficinas integram não só a língua, mas também a linguagem do nosso teatro.
Eles trouxeram e catalogaram 11000 peças nessa viagem e pretendem, através da FUNARTE, publicar esse material para intercâmbio.
Na parte da tarde, palestra com a professora Julia Elena Sagaseta de Buenos Aires: A cena performática do teatro de Buenos Aires.
A próxima atividade foi a sessão de pôsteres, ao qual apresentei o trabalho O teatro no Pibid – o Pibid no teatro. O pôster mostra um panorama geral das atividades do Pibid II da UFPel desde seu início.
No primeiro encontro das sessões coordenadas, participei do tema Práticas Pedagógicas e Formativas, com a coordenação de Márcia Pompeo e Biange trazendo para a mesa a problematização nos trabalhos ali apresentados e onde surgiram as questões:
- Se o processo artístico é e quando pedagógico?
- Qualquer processo artístico pode ser pedagógico?
- A ligação do ator com o espectador pode ser uma formação pedagógica?
- Quais os momentos que se usa a voz da educação no teatro e do teatro na educação, em que momento está se usando a voz do professor e/ou a voz do diretor?
Márcia Pompeo ressalta: para se dar aula de artes, primeiro temos que nos descobrir artistas, assim teremos mais chances de não impormos uma aula, pois desta forma, é que ela poderá ser considerada não pedagógica.
Na parte da noite, às 19h30min foi exibido o filme “O Rei da Vela”, filme considerado um marco na história do moderno teatro brasileiro e que deu origem ao movimento batizado de Tropicalismo. Filmado entre 1970 e 1971 pelo Teatro Oficina ficou guardado por conta do exílio de Zé Celso que apenas em 1982, já de volta ao Brasil, monta o filme com uma série de imagens captadas nos anos de exílio, com cenas da peça, fragmentos de documentários e uma entrevista inicial com o próprio.
O filme nos remete a uma caótica sociedade brasileira emergindo para uma tentativa de democracia e que reflete até o presente, comprovando que, mesmo com toda sua precariedade, é um trabalho com uma história ainda atual.
Dia 08 de julho
Segundo encontro das sessões coordenadas, participei do tema Práticas Pedagógicas e Formativas, com a coordenação de Narciso Telles.
Não participei do primeiro dia, mas ficou a questão do dia anterior: as metodologias de ensino dão conta dos alunos que têm necessidades especiais e, como repensar a prática para educar se ainda há uma carência de instrumentalizados?
Foram muitas opiniões e uma professora que trabalhou fora do país com uma sala de alunos especiais, sugeriu que não se precisa estar preparada para dar aula para alunos com necessidades especiais, pode ser no escuro, com uma educação não tecnicista, pois foi assim que deu muito certo pra ela, contrapondo esta, surgiu a opinião que o desconhecido nos instiga a estudar mais, conhecer e prepararmo-nos para dar uma aula.
Trabalhar com diferenças, do desviante, o que sai do que estamos acostumados, existe independente de os alunos serem pessoas com necessidades especiais, por isso o desafio não deixa de existir.
Programação Cultural
Na nossa chegada a Blumenau no dia 06, eu e a professora Taís Ferreira, assistimos à peça Volúpia do grupo Cia Carona de Teatro. Colocados em situações limites nos seus relacionamentos, aprisionados por uma sexualidade que não sabem se libertam ou não, os personagens de Volúpia perseguem certezas que não conhecem, através de histórias que se entrelaçam, Volúpia caminha por becos escuros.
A criação do processo surgiu da experimentação física dos atores em treinamentos dirigidos por Pépe Sedrez, diretor da companhia. O texto surge lentamente através do material observado durante os ensaios. A Cia Carona de Teatro tem sede no Teatro Carlos Gomes, foi fundada em 1995 e há 15 anos leva ao público espetáculos que sintetizem o seu processo de trabalho. Esse processo é fundamentado na investigação acerca do trabalho do ator e suas relações dialéticas em grupo.
24º FITUB
Quase paralelo à 24ª Jornada, acontece também o FITUB que se estendia até dia 16 de julho, ao qual podemos assistir a peça de abertura do festival Vida, da Companhia Brasileira de Teatro de Curitiba-PR, no grande auditório do Teatro.
Exilados numa cidade imaginária, dois homens e duas mulheres fazem parte de uma banda que ensaia para uma apresentação comemorativa do jubileu da cidade. Fechados numa sala vazia convivem entre si e revelam comportamentos, relações, conflitos e histórias de suas vidas prosaicas, repletas de humor, sensibilidade e um sentido de transformação. Com um argumento simples, a nova criação da companhia Brasileira de Teatro trás para a cena um longo período de pesquisas sobre a obra do poeta curitibano Paulo Leminski. A peça não é adaptação de uma obra literária, mas sim um texto original escrito a partir da experiência de leitura e de convivência criativa com os textos do autor e suas referências. Autoria e direção de Marcio Abreu, uma peça deliciosa, com mais de uma hora de duração, mas que nos envolve sensivelmente e comicamente não nos deixando perceber que o tempo passou.
Uma peça maravilhosa que para mim valeu o festival, pois não pude permanecer até o final.
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