"A experiência como atitude metodológica na pesquisa em teatro."
Narciso Telles (UFU)
"Teatro e cultura."
Carminda Mendes André (UNESP)
Narciso Telles (UFU)
"Teatro e cultura."
Carminda Mendes André (UNESP)
Síntese:
A experiência como atitude metodológica na pesquisa em teatro.
Narciso Telles é ator, pesquisador, doutor em teatro pela UFRJ, professor da UFU, integrante/orientador do Coletivo Teatro de Margem-grupo que surgiu em Uberlândia, em 2007 e é integrado por alunos da UFU. Narciso atua, principalmente, nos seguintes temas: Teatro de rua, improvisação e ensino de teatro.
Sua pesquisa busca verificar e analisar a utilização dos viewpoints - termo dado pela diretora americana Anne Bogart para o processo de aquisição de repertório para criação de espetáculos, performances e ensino de teatro. Esse repertório, segundo estudiosos do assunto, adquirimos através de nossas experiências.
O conceito de experiência acionado nos campos filosóficos, educacionais e teatral é importantíssimo para abarcar o processo de ensino-aprendizagem teatral. Para entendermos esse conceito, Narciso cita diversos filósofos e pedagogos. A começar por Hans Gadamer, que entende a “experiência tal qual entendeu Aristóteles, Bacon e Hegel”.
Para Gadamer existem três pontos fundamentais para a compreensão do conceito de experiência: a) A negatividade da experiência, ou seja, só possuímos um saber abrangente sobre um fenômeno após experenciá-lo. b) O homem experimentado, que é aquele que transforma seu saber após a experiência, pois se posicionará de maneira diferente diante de um acontecimento após vivenciá-lo. c) A abertura para o outro, que nada mais é do que deixar a experiência o outro influenciar na própria vivencia (experiência hermenêutica).
Narciso cita também o pedagogo espanhol Jorge Larossa, que define o termo experiência como aquilo que nos passa, nos acontece, nos toca e não o que passa, acontece ou toca. Segundo Larossa, experiência é aquilo que adquirimos ao longo da vida, através do padecimento, paciência, atenção e disponibilidade. Por isso, o saber da experiência é particular, pois é diferente para cada indivíduo e é por meio da experiência que formamos nosso caráter, personalidade e sensibilidade.
Por último, Telles aborda o estudo do teatrólogo Marcos de Marines sobre a experiência-compreensão no campo teatral. Marines nos diz que a pedagogia teatral se dá pelos meandros do saber/fazer/ensinar. E ainda, diz que a experiência pode ser explicada através de um conceito geral, de uma verdade que existe independente de nós ou através de muitas verdades em campos distintos.
Narciso Telles conclui dizendo que cada indivíduo explicará sua experiência de maneira diferente num processo de criação ou de ensino-aprendizagem. “Experenciar é penetrar no ambiente, envolver-se total e organicamente com ele”.
Síntese:
Teatro e cultura.
Carminda Medes André que é formada em Teatro bacharelado, tem mestrado em Filosofia e Ciências Humanas e é doutora pela Faculdade de Educação da USP, cita em seu artigo "Teatro e Cultura" uma das formas - e talvez a mais indicada - de como inserir o teatro na cultura de uma sociedade (escola, comunidade ou grupo de teatro).
A contemporaneidade nos empurra cada vez mais para o individualismo. Uma das maneiras de combater isso é através do teatro, uma vez que o teatro não existe a partir de uma só pessoa. Para Carminda, a forma mais adequada é o teatro intervencionista, ou seja, um teatro que chega para intervir nas relações dessa sociedade. Assim, as práticas da ética, da política e da construção do saber se dão a partir dessas relações. Pois para convivência artística de um grupo é necessário criar regras, uma espécie de sociedade fundada e, por isso, pode-se dizer que cada grupo cria sua própria cultura.
A cultura de um grupo ou comunidade não pode ser entendida apenas como um conjunto de hábitos e símbolos desses indivíduos. A cultura é também a maneira de como esses indivíduos se apropriam e transformam as coisas que já estão dadas. Isso é o que distingue uns dos outros.
Se a produção teatral é resultado de certa cultura, como ensinar teatro se a cultura é mutável?
Tudo vem de algum lugar. Tudo é criado e ensinado a partir de algo conhecido, adquirido e apropriado. A produção teatral da atualidade é resultado da transformação que sofreu a produção teatral do passado, que, consequentemente, é resultado de algo anterior a ela.
A história da arte deve ser entendida como base do que vemos, vivemos e fazemos. Nós recriamos o que já foi criado e recriado.
Comentários sobre os textos:
Quando se fala um uma pessoa experiente, talvez a primeira imagem que nos venha à cabeça, seja a de uma pessoa de idade avançada. Porém, o termo nos sugere muito mais do que isto. Uma pessoa experimentada é uma pessoa que já vivenciou um determinado acontecimento. Ou seja, uma criança de 10 anos pode ser experiente, enquanto um adulto de 45, não.
O conceito de experiência foi e é estudado por diversos filósofos, sociólogos e teatrólogos. No campo teatral, o conceito de experiência é analisado através dos Viewpoits, que é tudo aquilo que experenciamos e usamos na nossa criação.
Narciso Telles, cita em um de seus artigos publicados no portal da Abrase, que cada indivíduo vai explicar sua experiência de diferentes maneiras, pois cada Ser Humano apropria-se de diferentes formas dos acontecimentos.
Vou além, penso que um determinado indivíduo pode explicar a experiência de um mesmo fato de formas distintas. Ainda que o fato seja o mesmo ele se dará em diferentes circunstâncias, já que não temos o poder de reproduzir acontecimentos idênticos.
Faço aqui, um link com o artigo “Teatro e Cultura” de Carminda Mendes André, publicado também nos anais da Abrace. Ela diz que a cultura de um grupo ou comunidade não pode ser entendida apenas como um conjunto de hábitos, mas também de como essas pessoas se apropriam e transformam as coisas que já estão dadas.
Transportando estes conceitos e pensamentos para o Ensinar Teatral, chego a conclusão de que cada situação é única, cada método de ensino é único - cada docente apropria-se do que aprendeu de uma maneira e, consequentemente, o método de ensino também será diferente - e, como estamos falando de Humanos, cada experiência desses professores será diferente, se entendermos que os receptores também são diferentes. Pois, somos Seres únicos e estamos, todos, inseridos em diferentes contextos.
Acredito que o caminho para o ensino seja justamente mostrar “meios” e apresentar-lhes “armas” e não entregar um produto pronto e imutável. E nós, enquanto docentes, devemos estar “abertos”. Pois, podem existir mais de um caminho.
Referências:
TELLES, Narciso. A experiência como atitude metodológica na pesquisa em teatro. Artigo publicado nos anais do IV Reunião científica, 2007. Disponível no site Memória Abrace – Reuniões – GT Pedagogia do Teatro e Teatro na Educação. Acesso em: 02/08/2012 no link:
http://www.portalabrace.org/ivreuniao/GTs/Pedagogia/A%20experiencia%20como%20atitude%20metodologica%20na%20pesquisa%20em%20teatro%20-%20Narciso%20Telles.pdf
ANDRÉ, Carminda Mendes. Teatro e cultura. Artigo publicado nos anais do IV Reunião científica, 2007. Disponível no site Memória Abrace – Reuniões – GT Pedagogia do Teatro e Teatro na Educação. Acesso em: 02/08/2012 no link:
http://www.portalabrace.org/ivreuniao/GTs/Pedagogia/Teatro%20e%20cultura%20-%20Carminda%20Mendes%20Andre.pdf
Carminda Medes André que é formada em Teatro bacharelado, tem mestrado em Filosofia e Ciências Humanas e é doutora pela Faculdade de Educação da USP, cita em seu artigo "Teatro e Cultura" uma das formas - e talvez a mais indicada - de como inserir o teatro na cultura de uma sociedade (escola, comunidade ou grupo de teatro).
A contemporaneidade nos empurra cada vez mais para o individualismo. Uma das maneiras de combater isso é através do teatro, uma vez que o teatro não existe a partir de uma só pessoa. Para Carminda, a forma mais adequada é o teatro intervencionista, ou seja, um teatro que chega para intervir nas relações dessa sociedade. Assim, as práticas da ética, da política e da construção do saber se dão a partir dessas relações. Pois para convivência artística de um grupo é necessário criar regras, uma espécie de sociedade fundada e, por isso, pode-se dizer que cada grupo cria sua própria cultura.
A cultura de um grupo ou comunidade não pode ser entendida apenas como um conjunto de hábitos e símbolos desses indivíduos. A cultura é também a maneira de como esses indivíduos se apropriam e transformam as coisas que já estão dadas. Isso é o que distingue uns dos outros.
Se a produção teatral é resultado de certa cultura, como ensinar teatro se a cultura é mutável?
Tudo vem de algum lugar. Tudo é criado e ensinado a partir de algo conhecido, adquirido e apropriado. A produção teatral da atualidade é resultado da transformação que sofreu a produção teatral do passado, que, consequentemente, é resultado de algo anterior a ela.
A história da arte deve ser entendida como base do que vemos, vivemos e fazemos. Nós recriamos o que já foi criado e recriado.
Comentários sobre os textos:
Quando se fala um uma pessoa experiente, talvez a primeira imagem que nos venha à cabeça, seja a de uma pessoa de idade avançada. Porém, o termo nos sugere muito mais do que isto. Uma pessoa experimentada é uma pessoa que já vivenciou um determinado acontecimento. Ou seja, uma criança de 10 anos pode ser experiente, enquanto um adulto de 45, não.
O conceito de experiência foi e é estudado por diversos filósofos, sociólogos e teatrólogos. No campo teatral, o conceito de experiência é analisado através dos Viewpoits, que é tudo aquilo que experenciamos e usamos na nossa criação.
Narciso Telles, cita em um de seus artigos publicados no portal da Abrase, que cada indivíduo vai explicar sua experiência de diferentes maneiras, pois cada Ser Humano apropria-se de diferentes formas dos acontecimentos.
Vou além, penso que um determinado indivíduo pode explicar a experiência de um mesmo fato de formas distintas. Ainda que o fato seja o mesmo ele se dará em diferentes circunstâncias, já que não temos o poder de reproduzir acontecimentos idênticos.
Faço aqui, um link com o artigo “Teatro e Cultura” de Carminda Mendes André, publicado também nos anais da Abrace. Ela diz que a cultura de um grupo ou comunidade não pode ser entendida apenas como um conjunto de hábitos, mas também de como essas pessoas se apropriam e transformam as coisas que já estão dadas.
Transportando estes conceitos e pensamentos para o Ensinar Teatral, chego a conclusão de que cada situação é única, cada método de ensino é único - cada docente apropria-se do que aprendeu de uma maneira e, consequentemente, o método de ensino também será diferente - e, como estamos falando de Humanos, cada experiência desses professores será diferente, se entendermos que os receptores também são diferentes. Pois, somos Seres únicos e estamos, todos, inseridos em diferentes contextos.
Acredito que o caminho para o ensino seja justamente mostrar “meios” e apresentar-lhes “armas” e não entregar um produto pronto e imutável. E nós, enquanto docentes, devemos estar “abertos”. Pois, podem existir mais de um caminho.
Por Sirlei Karczeski
Referências:
TELLES, Narciso. A experiência como atitude metodológica na pesquisa em teatro. Artigo publicado nos anais do IV Reunião científica, 2007. Disponível no site Memória Abrace – Reuniões – GT Pedagogia do Teatro e Teatro na Educação. Acesso em: 02/08/2012 no link:
http://www.portalabrace.org/ivreuniao/GTs/Pedagogia/A%20experiencia%20como%20atitude%20metodologica%20na%20pesquisa%20em%20teatro%20-%20Narciso%20Telles.pdf
ANDRÉ, Carminda Mendes. Teatro e cultura. Artigo publicado nos anais do IV Reunião científica, 2007. Disponível no site Memória Abrace – Reuniões – GT Pedagogia do Teatro e Teatro na Educação. Acesso em: 02/08/2012 no link:
http://www.portalabrace.org/ivreuniao/GTs/Pedagogia/Teatro%20e%20cultura%20-%20Carminda%20Mendes%20Andre.pdf
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