"Ensino de história do teatro na escola: das propostas aos meios"
Mariana Oliveira Silva PPGAC/UNIRIO (doutoranda)
Mariana Oliveira Silva PPGAC/UNIRIO (doutoranda)
Síntese:
Professora de teatro na escola de educação básica Mariana Silva Oliveira aborda em seu artigo a possibilidade do estudo de teatro na escola. A autora acredita que este estudo pode revelar-se em uma prática frutífera, oferecendo ao aluno a perspectiva do seu fazer e também uma visão alargada do fenômeno teatral e suas diversas e cabíveis possibilidades.
Este estudo baseia-se na proposta triangular defendida pela professora Ana Mae Barbosa: fazer - apreciar - contextualizar. As maiores dificuldades encontradas para a realização deste trabalho foi a falta de material didático adequado à faixa etária dos alunos da educação básica.
Esta temática mostrou se interessante e produtiva resultando no projeto Shakespeare, realizado no ano de 2007 no Colégio de Aplicação da UFRJ. O projeto foi publicado em 2007 na revista “O Percevejo”. Deu-se continuidade ao trabalho no Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira, local onde a autora conduzia a elaboração do projeto de pesquisa de seu doutorado: “Ensino de Historia do teatro na escola: das propostas aos meios”.
A motivação para abordar a história do teatro em sala de aula se deu por entender a arte como área de conhecimento possuidora de conteúdos específicos a serem trabalhados, o que fica explicito na proposta triangular de Ana Mae Barbosa. História da arte, leitura da obra de arte e o fazer artístico confluem pra o conhecimento da arte pelo aluno. (Barbosa, 2005:31-35). Ana Mae Barbosa foi Influenciada pelo movimento norte americano da arte/educação, que a partir de 1980 começou transformações práticas se contrapondo à concepção da arte como livre expressão. Levando em consideração a Arte como área de conhecimento, Ana Mae defende a democratização, a importância de equilibrar a necessidade da criança e a das disciplinas.
A autora acredita que, mesmo a proposta triangular fazendo parte dos PNCs de Arte há vários pontos a serem discutidos. Um deles diz respeito a falta de materiais para o trabalho do professor. A falta de materiais e suporte didáticos apropriados à faixa etária dos alunos da educação básica faz com que os professores criem seu próprio material. A autora produziu apresentações em Power-Poit com imagens de documentos históricos (máscaras, estatuetas, espaços teatrais, fotografias) e desenhos que abordassem de maneira lúdica histórias como a de Édipo Rei e utilizou um blog onde as imagens e textos foram postadas.
Historiografia também foi citada pela autora como um diferencial a ser utilizado no ensino do teatro. Como anteriormente a base do teatro era o texto dramático, as pesquisas e os estudos eram dedicados somente ao texto. Atualmente a iconografia passa a dar autonomia às imagens do teatro que deixam de ser meras ilustrações do texto, passando a ter grande importância e se tornando fértil ferramenta para o ensino da história do teatro.
Comentários:
A princípio escolhi o artigo “Ensino de história do teatro na escola: das propostas aos meios” pelo título. Em seguida lendo o resumo meu interesse aumentou. Quando li o texto conclui que fiz um uma boa escolha. Poucas vezes ouvi falar nesta temática. Eu diria que nunca ouvi nas disciplinas que cursei até agora, no Curso de Licenciatura, sobre aula teórica de teatro na escola.
Acredito na importância do ensino da história do teatro na escola para que os alunos possam se apropriar desta cultura e, a partir daí, refletir e produzir de acordo com suas impressões e conhecimento. Nas aulas teóricas expositivas os alunos teriam a possibilidade de conhecer as várias fazes da história do teatro, desde os Ditirambos até a atualidade fazendo uma gostosa viagem pelo tempo e contribuído assim para a prática e o conhecimento do aluno sobre fenômeno teatral.
No artigo a autora expõe como pode ser produtivo o estudo da história do teatro, porem não divulga os resultados além da publicação feita na revista. Ela não desvenda as contribuições que aconteceram nesta experiência. Mas acredito que a informação por si só pode desenvolver e oferecer ao aluno o conhecer-se e o conhecer os sujeitos de outras culturas. O estudo do teatro não precisa deter-se no teatro clássico Europeu podendo estender-se a todas as culturas onde manifestações teatrais aconteceram sejam elas populares, da periferia, de origem africana ou outras.
Esta temática vai abordar outros pontos como, por exemplo, a imagens teatrais que ao longo do tempo foram as mais diversas. As transformações das imagens teatrais que ocorreram desde a antiguidade até os dias de hoje, seja nos espaços cênicos, no texto ou mesmo nas concepções do fazer teatral que os alunos vão poder explorar criando suas próprias imagens e fugindo das cópias e dos modelos pré determinados.
A autora cita Ana Mae Barbosa e a proposta triangular onde ela defende que no ensino da arte deve-se fazer, apreciar e contextualizar. Acredito que essas práticas feitas de modo intercalado, teórico/prático teriam como resultado um aluno com a capacidade de desenvolver um olhar crítico e não de fazer arte como mera imitação, repetição ou ainda como livre expressão como em meados de 1980.
Por Luana Franz
Referência:
Artigo publicado nos anais do VI Congresso Abrace, 2010. Disponível no site Memória Abrace – Congressos – GT Pedagogia do Teatro e Teatro na Educação. Acesso no link: http://www.portalabrace.org/vicongresso/pedagogia/Mariana%20Oliveira%20-%20Ensino%20de%20hist%f3ria%20do%20teatro%20na%20escola%20das%20propostas%20aos%20meios.pdf
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