Desde agosto último, trabalhamos em conjunto nas atividades
do PIBID da área específica – Teatro, com duas turmas do 2º ano do Curso Normal,
no I. E. E. Assis Brasil.
Considerando que as alunas estão estudando num Curso de
Formação de Professores, construímos um Plano de Ensino pensando no
desenvolvimento humano e artístico, mas principalmente, na formação profissional
delas.
Planejamos as aulas de Teatro desejando proporcionar além do
acesso e exercício da linguagem teatral, também a oportunidade da apropriação,
pelas futuras educadoras, de metodologias utilizadas no ensino de Teatro.
Assim, trabalhamos a partir de jogos teatrais,
jogos infantis, e brincadeiras populares (contemplando
exercícios sensório-motores e corpóreo-vocais, assim como de improvisação) que
poderão ser utilizados no ensino de Teatro para crianças na prática docente das
alunas.
Em determinado momento, depois de mais ou menos um mês de
trabalho, devido à oscilação da participação das alunas nas aulas de Teatro,
sentimos a necessidade de promover um momento de “medição de temperatura”, uma
avaliação das alunas sobre as aulas e também uma auto-avaliação individual
sobre a participação de cada uma nas mesmas. Queríamos saber se as aulas de
Teatro estavam satisfazendo seus interesses e como poderiam vir a satisfazê-los.
Pedimos às alunas que registrassem suas opiniões por escrito, para que nós
também pudéssemos reavaliar o trabalho que estava em andamento e realizar
ajustes ou adaptações que porventura se fizessem necessários. Algumas opiniões
registradas pelas alunas sobre as aulas de teatro:
“...gostaria de
atividades relacionadas aos diversos ritmos de música...”
“...participo porque
nos ensina várias coisas para nosso trabalho com as crianças...”
“...eu brinco muito em casa com a minha irmã, com os
exercícios das aulas...”
“...eu adoro a aula, só que eu pensei que era tipo novela,
aprender a atuar...”
“Eu...adoro as aulas de teatro. Consigo me soltar...”
“Eu não esperava que desse para trabalhar com as crianças,
atividades de teatro...”
“No início eu achei que as aulas seriam somente aquelas
cenas tipo novela, mas com o tempo a minha opinião tem melhorado cada vez mais...”
“A aula de teatro perfeita pra mim é aquela que tem várias
atividades para poder se usar com as crianças depois. Queria que tivesse
algumas coisas relacionadas à dança, gosto muito mais de dançar, do que de
teatro.”
“Bem, confesso que no início não gostava muito, pois nós
fazíamos muitas cenas, agora posso sim dizer que adoro as aulas, são diversas
atividades que para mim serão muito importantes. Com certeza irei usar durante
e depois do meu estágio...”
“Desde o início, achei maravilhoso as aulas de teatro surgirem,
mas no início era mais tímida e aos poucos fui me esforçando e estou vendo uma
evolução em mim!”
“...reclamação mesmo é do pouco tempo das aulas!”
“Participo das aulas porque gosto de teatro...eu como
professora adoraria que meus alunos gostassem de teatro...”
“Acho que algumas atividades são repetitivas. Acho que as
aulas são boas para conseguirmos nos expressar melhor em público...nas aulas
que temos que criar cenas, eu não gosto pois sou tímida, então prefiro não
participar.”
A partir desse feedback
que obtivemos das alunas, percebemos que as opiniões sobre as aulas de
teatro, embora no geral positivas, são bem variadas, assim como a relação que
as alunas estabelecem com elas. Uma parte delas vê nas aulas uma possibilidade
de desenvolvimento pessoal, assim como uma oportunidade de realizar atividades
que lhes são prazerosas, sobre as quais tem interesse, como fica claro, quando
falam sobre ritmos e dança. Mas também se constata que muitas delas vêem essa
experiência com o teatro como uma oportunidade de capacitação para a futura
atuação docente, reconhecendo nas atividades realizadas possibilidades
metodológicas para o ensino de Teatro para as crianças.
A partir daqui, seguindo nosso objetivo inicial, de
multiplicação dos saberes sobre o ensino da linguagem teatral, de capacitação
das alunas enquanto professoras, a partir da aquisição desse repertório
metodológico, entendemos que era necessário tornar mais explícita a relação
possível entre o exercício da linguagem teatral e o ensino da mesma. Desde
então passamos a enfatizar essa nossa proposta a cada aula e jogo, de maneira a
chamar a atenção das alunas para essa possibilidade de se capacitarem para o
ensino do Teatro através dessa experiência do fazer teatral.
Após mais ou menos um mês novamente, entendemos que
seria importante, as alunas registrarem reflexões sobre essa relação entre as aulas
de Teatro e a atuação futura delas como mediadoras do processo de
ensino-aprendizagem com seus alunos. Justamente para fazerem o exercício de
visualizar como realizar isso na prática. Sobre esse segundo capítulo,
escreveremos em breve.
Melissa Vazques
Roberta Bandeira
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