Há 18 anos a primavera em Porto Alegre recebe muito mais
do que flores, cores e aromas. Ela recebe artistas do estado, do Brasil e do
mundo em um Festival Internacional e maravilhoso, o Porto Alegre em Cena. Este
ano de 2011 não foi diferente, atingindo a sua maioridade o POA em Cena nos
possibilitou contos com renomados artistas da cena teatral mundial, abriu sua
temporada com um espetáculo lindo da Cia de Pina Baush, Tem Chi, o último espetáculo dirigido pela bailarina antes de sua
morte em 2009. Este foi apresentado em abril, como espetáculo de abertura do
POA em Cena 2011. Mas isso era só uma prévia do que ainda viria pela frente,
pois além dos espetáculos apresentados durante o Festival, ainda teremos em
dezembro, no encerramento, um de Ariane Mnouchkine.
Nós, bolsistas do Programa PIBID Teatro da UFPel, fomos
agraciados com uma viagem espetacular, passamos um final de semana em Porto
Alegre para conferir alguns destes espetáculos. Assistimos aos seguintes: “A Flauta
Mágica”, “Medeia” e “A Última Gravação de Krapp”. Além dos espetáculos ainda
tive a oportunidade de reencontrar amigos teatreiros, conversar sobre teatro e
passear um pouquinho pelas exposições da 8ª Bienal do Mercosul.
Falar sobre o que vi não é tão fácil, simplesmente amei
cada um dos três espetáculos que assisti. Cada um com sua peculiaridade e
especificidade. Comecemos pelo princípio então, o primeiro de todos foi uma ópera,
“A Flauta Mágica”, achei maravilhosa. Uma representação limpa, sem grandiosos
efeitos visuais ou de cenários. Em cena apenas alguns bambus, que eram
transformados pelos próprios atores/cantores nos espaços que representavam.
Achei muito lindo, os atores/cantores davam conta de tudo por si mesmos, davam
conta de nos passar a história de nos envolver com os poucos diálogos que
tinham e com o belo trabalho corporal e vocal que pude observar.
Na noite seguinte assistimos “Medeia”, algo fabuloso. Um
grupo lindo de mulheres que formavam o coro e que ao mesmo tempo eram tão
cotidianas em cena e tão belas, tão vivas. Um grupo que ao mesmo tempo parecia
estar ali conversando cotidianamente, mas com uma vivacidade que não sei
explicar... tão próximo, tão simples e tão forte, tão denso.
No domingo encerramos nosso final de semana cultural
assistindo a uma maravilhosa apresentação de Bob Wilson, que subiu ao palco do
Teatro São Pedro com a peça “A Última Gravação de Krapp”. Sem dúvida uma
experiência única na minha vida, poder ver tão próximo alguém tão importante na
nossa vida acadêmica e teatral, Bob Wilson. Ele estava ali, no palco, com uma
presença impecável. Um cenário e uma luz deslumbrantes e eu assisti a
representação de um texto que eu tinha como maçante, cansativo, sem nem
perceber que o tempo passou e o espetáculo acabou. Foi sem dúvida uma
experiência deliciosa.
Agora eu aguardo ansiosamente pelo encerramento do POA em
Cena no final do ano com Ariane Mnouchkine, na esperança e na expectativa de
poder assistir ao espetáculo do Théâtre du Soleil.
Aline Luz
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