Sobre o Projeto

O Programa Interinstitucional de Bolsas de Iniciação à docência (PIBID) é um programa do MEC, fomentado pela CAPES para o aperfeiçoamento e a valorização da formação de professores para a educação básica. Na UFPel, desde 2010, o curso de Teatro está participando, juntamente com os demais cursos de licenciatura. Atualmente somos um grupo de 12 alun@s do curso de Teatro - Licenciatura da UFPel, bolsistas do PIBID - CAPES/MEC. Desenvolvemos ações específicas da área de teatro e projetos educacionais interdisciplinares, no momento, atuando em quatro escolas públicas parceiras do programa, em Pelotas/RS, orientados pelas professoras/es supervisoras/es das escolas e pelos coordenadores de área.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

RELATÓRIO DA ESCOLA FERNANDO OSÓRIO

As atividades na Escola Fernando Osório tiveram início no dia 07 de abril de 2011, em que ocorreu a reunião de planejamento, no horário das 10h e 30min às 12h. Houve uma conversa com as professoras da escola, em que se pôde esclarecer o que é o PIBID e qual é o seu objetivo.Nesta reunião também foi falado sobre um projeto calcado em três eixos (ideia da Pedagogia): planejamento das aulas, sala de aula (desenvolvimento de projetos, atividades permanentes, atividades de sistematização) e escola como um ambiente alfabetizador (brincadeiras orientadas no recreio e brinquedoteca).
Em relação às reuniões de planejamento, elas ocorrem uma vez por semana (terça-feira) na escola. Considerando a situação de uma possível greve do corpo docente municipal, não ocorreram algumas reuniões. Entretanto, as atividades diretamente com os alunos continuaram ocorrendo normalmente, com exceção de alguns dias que por motivo da paralisação os discentes eram liberados mais cedo ou não tinham aula e por esse motivo, às vezes não ocorria atividade do PIBID.
No momento que estamos fazendo o planejamento com as professoras das turmas envolvidas no projeto, as monitoras (alunas voluntarias do curso de pedagogia) ficam com as turmas (1º e 2º) realizando as atividades que a professora já havia planejado ou a hora do conto.
A escola apresenta dois 1ºs (um de manhã e outro a tarde) e dois 2ºs (um de manhã e outro a tarde). Como trabalhamos com a Pedagogia, estamos diretamente ligadas com os 1ºs e os 2ºs, uma bolsista do Teatro pela manhã (quinta) e outra pela tarde (terça) para desenvolver o trabalho interdisciplinar.
Nas turmas de primeiro ano do turno da tarde o trabalho partiu também da identidade dessas crianças onde se trabalhou os seus nomes e sobrenomes, a origem destes e a partir dos nomes as vogais e a leitura destas. Para que o aluno corporificasse esse aprendizado, o teatro realizou atividades práticas com os nomes dos alunos como a dança das cadeiras com nomes.
Nas turmas de segundos anos do turno da tarde, o trabalho também teve início pela identidade do aluno, no entanto trabalhamos com a alfabetização e letramento a partir de diferentes gêneros literários.
Estamos realizando na escola também o recreio orientado
Somando-se a isso, as bolsistas do curso de Teatro-Licenciatura estão na escola duas vezes por semana (reunião de planejamento e atividade junto com a Pedagogia), realizando atividades da sua área de conhecimento, abordando uma maneira pedagógica voltada para o lúdico. Paralelo a essas atividades, desenvolvem um trabalho calcado no objetivo da Pedagogia: alfabetização. Junto a esse principal objetivo, ocorre semanalmente o recreio orientado, com diversas brincadeiras: pula corda, boliche, caça e caçador, raquete, atividades com bola, bolinhas de gude e entre outras. Essa ideia surgiu da identificação que durante esse período as crianças só corriam sem realizar qualquer outra atividade.
O trabalho desenvolvido pelas bolsistas do Teatro visa sempre o corpo do aluno e suas possibilidades: motora e cognitiva. Pois se eles não tiverem um poder cognitivo, por exemplo, ao que tange ao ensino das partes do corpo humano, sem saber discernir o que é uma coxa e em que lugar ela fica no corpo, eles não apresentam uma coordenação motora. É claro que devemos considerar a pouca idade dos mesmos e a ociosidade deles fora do âmbito escolar. E junto à ociosidade, vem o pouco interesse dos pais em proporcionarem a eles brincadeiras que necessite unicamente do corpo, porém um corpo “vivo”, e não um corpo praticamente inerte, como acontece quando eles passam horas a fio na frente da internet ou jogando vídeo game. É nesses e em outros diversos momentos que podemos ver a força do poder cibernético!
A linguagem usada é lúdica e os exercícios também são desenvolvidos de uma forma lúdica. Com o 1º ano do turno da manhã é trabalhado o conhecimento das letras, para isso, é usado o “Batalhão das Letras”, a questão da identidade (todos apresentam crachás de identificação), diferentes gêneros literários (contos, poesias, histórias) e a partir disso, o Teatro desenvolve um trabalho com o corpo, explorando a coordenação motora como já mencionado e as diversas possibilidades de movimentos do próprio corpo.
O 2º ano do turno da manhã desenvolve um trabalho ligado às poesias de Vinícius de Moraes e de Cecília Meireles. Assim, o ensino de Teatro parte do assunto que tange as mesmas, sempre trabalhando com a movimentação do corpo (alongamento, aquecimento e jogos que partam do assunto que predomina a poesia trabalhada no dia), todos esses exercícios são desenvolvidos usando uma linguagem apropriada para a faixa etária e de forma que os alunos sejam cativados pela “arte” dos seus próprios movimentos corporais.


Alfabetização e letramento: jogando com o corpo e as palavras.


Este foi o nome escolhido para o projeto interdisciplinar entre Pedagogia e Teatro. O projeto tem seu foco na alfabetização e no letramento, no entanto é calcado em uma metodologia mais dinâmica, diferenciada, em que o aluno é pensado como um todo: corpo e mente.
A ideia deste projeto surgiu a partir do resultado dos diagnósticos que nós realizamos no ano passado na escola, em que percebemos que os alunos dos primeiros e segundos anos tinham uma grande necessidade de fazer aulas em que o corpo todo fosse trabalhado, além disso, necessitavam de uma alfabetização mais dinâmica, pois passam quatro horas sentadas na sala de aula, copiando. Isso, além de ser cansativo para eles, também não estava proporcionando a essas crianças um aprendizado completo. Já que a escola é vista como um ambiente educativo, concluímos que educar o corpo também faz parte da “educação”, porém uma educação corporal, em que os alunos estão conhecendo o seu próprio corpo e vendo as possibilidades do mesmo.
Foi a partir dessas observações que o PIBID Pedagogia e Teatro resolveram trabalhar interdisciplinarmente, visando proporcionar uma melhoria no ensino e conseqüentemente um ensino seqüencial, em que as professoras terão a possibilidade de continuar com o trabalho que está sendo desenvolvido através do PIBID com as futuras turmas.
Com a realização das atividades do PIBID – Pedagogia e Teatro, já conseguíamos verificar no final desse primeiro semestre evoluções nas turmas em que atuamos. Considerando o comportamento e o aprendizado deles, inclusive no que se trata de inclusão de alunos especiais, pois entre as quatro turmas que atendemos temos 5 alunos portadores de alguma deficiência.
Em suma, é um trabalho complicado, pois estamos lidando com crianças, e como todos sabemos, eles tem uma energia que parecem estarem ligados na voltagem 220 o tempo todo, mas é gratificante na medida em que conseguimos enxergar um avanço de alguns em relação ao entrosamento com outras pessoas e o entendimento do que está sendo pedido. Em fim, a cada aula dada estamos nos constituindo como indivíduos e sujeitos ativos.

Bianca Barbosa e Tainara Urrutia

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