Sobre o Projeto

O Programa Interinstitucional de Bolsas de Iniciação à docência (PIBID) é um programa do MEC, fomentado pela CAPES para o aperfeiçoamento e a valorização da formação de professores para a educação básica. Na UFPel, desde 2010, o curso de Teatro está participando, juntamente com os demais cursos de licenciatura. Atualmente somos um grupo de 12 alun@s do curso de Teatro - Licenciatura da UFPel, bolsistas do PIBID - CAPES/MEC. Desenvolvemos ações específicas da área de teatro e projetos educacionais interdisciplinares, no momento, atuando em quatro escolas públicas parceiras do programa, em Pelotas/RS, orientados pelas professoras/es supervisoras/es das escolas e pelos coordenadores de área.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

I Encontro Nacional do PIBID - Teatro


Relatório I Encontro Nacional PIBD – Teatro
UFMG – Minas Gerais/abril de 2012


Nos dias 13 e 14 de Abril aconteceu na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais, o 1º Encontro Nacional PIBID Teatro patrocinado pela CAPES para os bolsistas do programa PIBID da área de Teatro. A sede do encontro foi na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, e teve como tema: “Metodologias para o ensino de teatro na Educação Básica”. A proposta do evento foi “criar um espaço destinado ao diálogo entre os PIBID’s Teatro, de forma a ampliar as trocas e campo investigativo vinculado à Pedagogia do Teatro”, como disseram os organizadores do evento[1].
Este, contou com a participação de professores e bolsitas da área de Teatro-Licenciatura de todas as Universidades do Brasil que eram contempladas com o PIBID-Teatro, mais a Universidade de Brasília (UNB), Universidade Federal de Goiás e a Universidade de São Paulo (USP), além de convidados para as mesas de debates.
A primeira mesa do evento teve participação do professor Hélder Eterno coordenador nacional do PIBID na CAPES que falou justamente do Projeto Nacional PIBID CAPES; a professora Samira Zaidan coordenadora da FaE/UFMG que falou sobre o Projeto PIBID na Universidade: desafios e práticas.
O professor Hélder começou falando de como articular a universidade com a educação básica, e que o PIBID surge, como construtor de teoria e prática, para suprir a carência dos professores na Educação. É necessário discutir na área a epistemologia daquela língua/conhecimento específico a fim de potencializar o professor agregador. O PIBID não surgiu para substituir o estágio, e sim para preparar profissionais capacitados para formação do sujeito do século XXI através das diversas linguagens. Especificamente, na aérea do Teatro, o PIBID serve para mobilizar indivíduos a criticar a posição dos professores das diversas linguagens dentro das artes, criticar a polivalência e ganhar expressão dentro das escolas, criando uma massa critica.
Já a professora Samira nos palestrou a respeito da profissionalização da formação docente, e da dificuldade de articular boas escolas com o PIBID. De um modo geral o PIBID propiciou a identidade da formação docente para os acadêmicos, com o contato com as escolas, e as inovações levadas como possibilidades para a escola a fim de articular experiências.
A segunda mesa foi composta pelos professores Arão de Santana Paranaguá (UFMA – Presidente da CONFAEB) e Narciso Telles (UFU – Coordenador do GT Pedagogia do Teatro e Teatro na Educação da ABRACE). O professor Arão, a partir de leituras de artigos, projetos e blogs do PIBID, falou do olhar dos “pibidianos” nas políticas públicas, na perspectiva da docência de Teatro. Complementou com o pensamento de que o trabalho social útil alimenta-se da crítica e vai além do trabalho simples; a experiência estética subtende de mudanças e o conhecimento didático assenta-se sobre o trabalho desenvolvido na teoria e na prática. O representante da ABRACE, professor Narciso, nos incentivou a continuação dos estudos e a mudança da atual escola e da importância da participação dos “pibidianos” na ABRACE.
As mesas três, quatro e cinco foram compostas pelos coordenadores dos subprojetos do PIBID-Teatro das seguintes universidades: UFBA, UFRGS, UFOP, UFU, UFSJ, UFPel, UFC, UDESC e UFMG[2]. O tema das mesas foram relatos do PIBID-Teatro nas respectivas Universidades.
Após a apresentação de todas as universidades, tivemos as apresentações dos recortes PIBID, onde os bolsistas que mandaram apresentação de trabalhos para o evento foram divididos em grupos de quatro trabalhos em cada sala, para apresentarem uns para os outros. Por conta do tempo para esta atividade, o tempo de apresentação dos trabalhos foi extremamente curto, não totalizando nem dez minutos para cada apresentação, infelizmente não teve um tempo adequado para discussão deste que poderia ter sido um rico debate.
No segundo dia de evento a primeira mesa teve como tema as Metodologias para o ensino de Teatro na Educação Básica, onde estavam presentes a Professora Marina Muniz (UFMG) que falou sobre “Sistema Johnstone: metodologia e filosofia da improvisação e seu ensino”; a professora Beatriz Cabral (UDESC) que nos trouxe o tema “Drama – história e tendências atuais”; e novamente o professor Narciso Telles (UFU) que focou sua palestra em “Os viewpoints: caminhos de uma pesquisa prática em pedagogia do teatro”.
A professora Beatriz Cabral (Biange) iniciou nos contando brevemente a contextualização histórica do drama (Process Drama e Drama Educação, também chamado). Em suas palavras, disse que a prática teatral centrada na apropriação e atualização de textos, imagens, temas, associações de objetos, ambientação cênica ou espaços – voltados para a criação e desenvolvimento de um processo dramático e, eventualmente, de seu produto. O drama hoje tem diversas terminologias. Para Biange, “Drama” é uma oficina, um evento; “Process Drama” é um trabalho onde os alunos são envolvidos no processo da atividade, eles trazem materiais, dura mais tempo (um ano ou um semestre), trabalham elementos ou fragmentos de peças; e “Drama Educação” são trabalhos curriculares. Como teoria, Biange nos passou Dorothy Heathcote – Speech and Drama.
A professora Marina abordou a improvisação como espetáculo, com um cunho mais filosófico do que mais metodológico desses exercícios – improvisação para criação.
Sobre os viewpoints, nos fala o professor Narciso da ABRACE. Ele inicia problematizando sobre “o que o teatro nos traz para quem está em outros ambientes?”. Nisso cabe os viewpoints, que não são uma técnica e sim um processo que visa desenvolver um trabalho investigativo, sem estrutura hierárquica a fim de produzir um sentido de liberdade para criar e construir uma prática. Finalizou com algumas frases do poeta Manoel de Barros: “Há certas frases que se iluminam pelo opaco.”; e “Repetir, repetir e repetir até ficar diferente.”.
A ultima atividade do evento foi uma mesa que teve o mesmo tema da anterior, e foi composta pelo professor Robson Camargo (UFG) – “Jogos teatrais; experiências cognitivas”; Professora Maria Lúcia Pupo (USP) – “Para desembaraçar os fios do jogo dramático”; e a professora Sílvia Nunes (UFRGS) – “Teatro do Oprimido e Multiplicidades: salas, pátios e outras condições”.
Em ordem, o professor Robson começou questionando sobre o Teatro e o profissional de Teatro – Escola e educação. Em seguida a professora Sílvia falou do Teatro do Oprimido, e as diversas formas de teatro de Augusto Boal: Teatro Fórum, Teatro Imagem, Teatro Invisível, Arco-Iris do desejo, Teatro Jornal, Teatro Legislativo e Estética do Oprimido. Finalizou falando sobre a apropriação da técnica, trabalho corporal e ritmo, nas relações de poderes e como transformá-las. Por fim a professora Maria Lúcia abordou o assunto do Jogo Teatral, e a diferença de Jogo Dramático do inglês (Dramatic Play) e o significado francês (Jeu Dramatique). A forma inglesa significa brincadeiras de faz de conta, que é um ponto de partida para o encaminhamento da educação, progredindo para o não exibicionismo e conquistando a linguagem teatral; já a forma francesa surgiu a partir de um aluno de Jacques Copeau que pegou os ensinamentos deste teórico e levou para outras esferas, a fim de trabalhar na formação de não atores (no caso foi com escoteiros) em uma educação não formal na França, era chamado de “jogo trabalho” e consistia na improvisação com regras em um fio narrativo e essencial além do espaço físico e uma estética da peça.
Concluo este relatório dizendo que esta foi uma ótima oportunidade propiciada pela CAPES para alguns alunos bolsistas do PIBID-Teatro, a fim de abranger os saberes e práticas da nossa linguagem nas escolas. O evento contou com muitas participações de figuras ilustres na formação do arte-educador, que foram fundamentais para o debate da metodologia do ensino de teatro na Educação Básica. 
Murilo Furlan 


[1] A comissão organizadora nacional do evento era composta pelos professores: José Simões De Almeida (Coordenador de Gestão de Processos Educacionais - UFMG), Marienne Perobelli (UFU), Ricardo de Figueiredo (Coordenador do SubProjeto PIBID Teatro - UFMG), Vera dos Santos (UFRGS) e Vicente Concílio (UDESC).
[2] Respectivamente: Universidade Federal da Bahia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade Federal de Ouro Preto, Universidade Federal de Uberlândia, Universidade Federal de São João del-Rei, Universidade Federal de Pelotas, Universidade Federal do Ceara, Universidade do Estado de Santa Catarina e Universidade Federal de Minas Gerais


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