Sobre o Projeto

O Programa Interinstitucional de Bolsas de Iniciação à docência (PIBID) é um programa do MEC, fomentado pela CAPES para o aperfeiçoamento e a valorização da formação de professores para a educação básica. Na UFPel, desde 2010, o curso de Teatro está participando, juntamente com os demais cursos de licenciatura. Atualmente somos um grupo de 12 alun@s do curso de Teatro - Licenciatura da UFPel, bolsistas do PIBID - CAPES/MEC. Desenvolvemos ações específicas da área de teatro e projetos educacionais interdisciplinares, no momento, atuando em quatro escolas públicas parceiras do programa, em Pelotas/RS, orientados pelas professoras/es supervisoras/es das escolas e pelos coordenadores de área.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Hora do Conto - Assis Brasil


Começamos a hora do conto no dia 28 de abril passando pelas três turmas de quarto ano da educação básica. Nesse primeiro dia a proposta era contar a história “Minha mãe é um problema”, fazendo referência ao dia das mães. Depois refletiríamos sobre a história e faríamos uma improvisação em cima da história. Na turma 41 a contação aconteceu de forma eficaz, entretanto algumas poucas crianças não quiseram participar da atividade. Nesse dia essa turma se mostrou bastante agitada, mas interessada, formaram os grupos para o trabalho prático e o realizaram, com um pouco de vergonha e acanhamento, por terem que se expor para a turma, ponto comum entre todas as turmas. Na proposta cada grupo deveria escolher uma cena da história para encenar, no entanto alguns representaram a história toda. Na turma 42 toda a proposta ocorreu efetivamente. Houve participação e colaboração de todos. A 43 nesse dia se mostrou a turma mais agitada e mais difícil de trabalhar. Na realização do trabalho prático tiveram dificuldade na organização dos grupos e das cenas em si. Dos três grupos formados na turma um deles não conseguiu realizar a atividade, ficaram tempo demais apenas discutindo como deveriam fazer a cena não sobrando tempo para apresentá-la. No geral são desunidos e bagunceiros.
No dia 05 de maio a proposta era contar a história “Quem matou Honorato, o rato?” e depois fazer uma cena congelada da história. No geral as turmas tiveram dificuldades para organizar a cena, e na 41 um dos grupos não conseguiu concluir a atividade. A 42 estava mais agitada que na semana anterior e que as outras turmas. Na 43 tivemos uma conversa antes de chegar na biblioteca pedindo colaboração e fomos atendidos.

No dia 12 de maio contamos a história “Menina bonita do laço de fita”, tentando fazer uma relação com a abolição da escravatura, comemorada no dia 13 de maio. Na sequência, como atividade prática, as crianças fizeram desenhos para compor um mural, seguindo a proposta trabalhada pela professora Ana Paula, que ministra a hora do conto com as outras turmas das séries iniciais da educação básica. Nesse dia todas as turmas realizaram a atividade com êxito e colaboração.

No dia 19 de maio contamos a história “Zé Murieta, o homem da capa preta” e depois pedimos que fizessem uma cena muda. A contação ocorreu de forma tranquila, com exceção da turma 43, que deu um pouco de trabalho na hora de sentar e ouvir a história, estavam agitados e inquietos, falando bastante enquanto realizávamos a contação da história. Como tem ocorrido nas semanas anteriores, ambas as turmas possuem certa dificuldade no momento de formar os grupos para a realização do trabalho prático. Neste dia em específico a turma 43 não conseguiu realizar a tarefa. Os grupos não conseguiram chegar a um acordo sobre a realização da cena, apenas um dos grupos tinha conseguido montar uma cena, no entanto devido ao curto tempo que tínhamos e a agitação geral da turma, achamos melhor não apresentarmos nenhuma cena, conversamos com eles sobre a hora do conto, sobre a visão deles acerca da atividade, e se esta era agradável para eles. A resposta foi afirmativa, então fizemos um acordo, de que nas próximas semanas eles iriam colaborar mais conosco, ou então nos falariam sobre o que estavam pensando, para que pudéssemos ou trocar a atividade ou então, entrarmos em uma negociação de novas propostas. Fora este incidente com essa turma, as outras duas turmas realizaram a tarefa, no entanto, não conseguimos compreender as cenas mostradas por eles, elas eram confusas, e muitas não faziam sentido. Acreditamos que a proposta da cena muda não tenha funcionado com eles por ter sido ainda precipitada, como nosso tempo é curto para contarmos a história e ainda realizarmos uma tarefa de prática relacionada ao fazer teatral, não dispomos de um tempo de introdução ou de preparação para a criação de cenas, ou mesmo para a aplicação de alguns jogos teatrais úteis para essa prática, nem mesmo para reflexão acerca do trabalho apresentado.

Ao sairmos da escola neste dia, conversamos sobre a possibilidade de perguntarmos para as professoras responsáveis pelas turmas sobre o que elas acham da nossa atividade com os alunos, se elas conseguem perceber alguma mudança no comportamento, ou mesmo no desenvolvimento das crianças. Se elas consideram a atividade como uma atividade válida e produtiva ou mesmo se teriam alguma crítica ou sugestão a nos fazer.

Dia 26 de maio, apresentamos a história “Chico pena azul”. Para este dia pensamos na seguinte atividade, contaríamos a história com o auxílio dos objetos que aparecem nas cenas e depois faríamos um trabalho com a turma inteira, a criação de uma história coletiva. Neste dia as três turmas estavam muito calmas, concentradas na história, apenas na 43 teve um pouco de conversas paralelas durante a contação, mas nada que impedisse o andamento do trabalho. Após a narração da história fizemos um grande círculo com a turma (com cada uma delas) e propomos a atividade, em todas as três turmas ouvimos: “eu não vou falar”, ou “eu não sei fazer”, ou ainda “eu não quero participar”, e realmente nas turmas 41 e 42 alguns passaram a vez quando chegou a hora de inserir uma frase na história, o que não aconteceu com a 43, apesar de alguns dizerem que não queriam ou que não iriam falar todos eles participaram da construção da história. No geral este dia foi muito produtivo, eles gostaram bastante da atividade e queriam repeti-la, mas como o tempo é curto, prometemos realizar a mesma atividade em outro dia. Por serem crianças e terem uma imaginação bem fértil, as histórias por algumas vezes quase se perderam afinal, nem todos estavam realmente prestando atenção em tudo que os colegas falavam alguns só sabiam o que o colega anterior havia dito, acrescentando assim uma frase apenas sobre a frase anterior. O que nos surpreendeu foi que justamente os últimos da roda, os que deveriam encaminhar a história pro seu final, eram os que mais estavam prestando atenção, pois conseguiram buscar informações do início da história para finalizá-la. Isso aconteceu nas três turmas.

Encerrando assim o primeiro mês de atividade temos aprendido muito com as turmas. Tendo em vista que esta atividade propõe uma configuração diferente da vivenciada por eles em sala de aula observamos uma maior facilidade de dispersão por parte dos alunos, afinal, eles são levados até a biblioteca, onde além da disposição (sentados em almofadas pelo chão) ainda encontramos outros atrativos (livros e os objetos da biblioteca em geral). Apesar dessa dificuldade inicial temos conseguido contornar as situações com conversas, pois esta é uma atividade de certa forma prazerosa para eles.

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